Greve da PM na Bahia.
O Brasil mudou! Os policiais de hoje são concursados, de boa formação acadêmica, tem opinião própria, e não vai ser um Líder Sindical, por mais competente que seja, que irá persuadir ou aliciar a categoria a aderir a greve.
Nenhuma classe trabalhadora deflagra greve se seus direitos são garantidos, se suas reinvindicações são atendidas em tempo hábil.
O governo afirmou ser uma greve política. A categoria disse ser uma greve justa, e nesse fogo cruzado a população é sacrificada.
Toda e qualquer paralisação de uma categoria trabalhadora traz prejuízos de ordem financeira, econômica, moral, social... Somente entre os dias 16 e 18 deste mês de abril, período em que os policiais militares interromperam suas atividades, mais de cem pessoas foram assassinadas em Salvador, além de terem sido praticados saques, “arrastões”, roubos e a restrição ao direito de ir e vir dos cidadãos.
Para atingir seus propósitos, os grevistas não precisam danificar o patrimônio público. A greve em si, é uma arma poderosa, porque paralisa a produção de bens e serviços estabelecendo o caos. A prática da selvageria é uma força desnecessária. O cruzar os braços é uma potente ferramenta para a negociação coletiva, porque nada sobrevive sem as mãos do trabalhador.
A vida sempre oferece oportunidades de aprendizado. Acreditamos que a sociedade, governantes e lideranças sindicais tenham tirado proveito da lição que a greve da PM de Salvador proporcionou; que o estado assuma seu papel de estado; que os grevistas mantenham a ordem; que assumamos nossa responsabilidade; que a sociedade não volte a ser penalizada. |